segunda-feira, 27 de maio de 2013

CRIANÇAS COM DISLEXIA: COMO AJUDAR


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Esta síndrome poderá ter duas causas: uma dislexia adquirida ou dislexia de evolução
Atualmente, a Organização Mundial da Saúde define a dislexia como sendo uma disfunção que se caracteriza pela dificuldade na aprendizagem da leitura.

Uma dificuldade que se manifesta apesar de os níveis intelectuais da criança serem normais e mesmo que o meio sociocultural de onde provém e as oportunidades de instrução sejam acima da média.

Existem duas causas principais desta síndrome:
  1. Por um lado, pode haver uma dislexia adquirida, fruto de perturbação emocional precoce, de lesões cerebrais ou de trauma de gravidez ou parto.
  2. E por outro lado, a dislexia de evolução, a mais comum, provocada por deficit maturativo.

Assim, surge, além dos aspetos relacionais e dinâmica da personalidade e além das funções lógica e linguística, a importância de outras funções superiores: perceção, atenção, memória e estruturação espácio-temporal. De salientar ainda, a importância da integração e do desenvolvimento psicomotor e das condutas motrizes.

A Dislexia de Evolução traduz-se por consideráveis dificuldades na aprendizagem da leitura, muito frequentemente acompanhadas por disortografia e perturbações na manipulação dos sons da linguagem. Paralelamente estão associadas outras perturbações cognitivas, tais como, défice das capacidades atencionais e na manutenção da concentração; síndrome de hiperatividade cinética; dificuldades mnésicas afetando a memória fonológica.

Deste modo, associada à dislexia encontra-se, na maior parte das vezes, uma disgrafia, ou seja, dificuldades da transcrição escrita da linguagem falada, e disortografia, que remete para erros ortográficos, sintaxe defeituosa e má compreensão das funções dos vários elementos da frase (sujeito, predicado e complementos).

As dislexias de evolução podem ser classificadas em três subtipos clínicos:

Fonológica
Visuo – perceptiva
Mista

 
Fonológica
  • Leitura de palavras regulares parece relativamente boa mas as capacidades fonológicas e metafonológicas são limitadas;
  • Dificuldade na manipulação dos sons da linguagem;
  • Fracos desempenhos em exercícios de análise de rima, de segmentação ou de supressão fonética;
  • Dificuldade na automatização da descodificação entre grafemas e fonemas para uma palavra nova;
  • Erros na descodificação fonológica de grafias próximas (ge/je; gi/ji);
  • Erros derivacionais que conduzem a pseudo-palavras (tranquilamente-tranquilantemente);
  • Sobre utilização do contexto fonológico, particularmente na oralidade (“as marmotas e as ovelhotas”, “ele falou com os seus botões e a todos os cidadões”);
  • Sobre utilização do contexto semântico conduzindo a substituições por sinónimos por vezes desajeitadas.

Visuo - percetiva
  • Leitura é muito lenta hesitante, monocórdica e sem respeito pela pontuação;
  • Recurso a estratégias de descodificação letra - som;
  • Maiores dificuldades na leitura de palavras irregulares com erros de regularização;
  • Confusões na orientação espacial das letras ou números (p/d; p/q; u/n; 6/9; 2/5);
  • Confusões na identificação de letras graficamente próximas (v/y; f/t; ch/cl);
  • Défice na memória de trabalho visuo - espacial;
  • As palavras novas e as palavras muito longas, cuja estrutura é pouco habitual (i.e., não faz lembrar outras palavras) são dificilmente codificadas;
  • Incapacidade no acesso ao sentido da palavra ou frase devido a uma leitura muito lenta e na codificação/descodificação dos itens.

Mista
  • Comporta as duas componentes: fonológicas e visuo - percetivas.

No início do processo de aprendizagem da leitura - escrita é necessário todo um conjunto de habilidades que têm de se apresentar desenvolvidas (fonológicas, visuo - espaciais, percetivo - motoras). Se tais competências não se encontrarem devidamente desenvolvidas, a criança revelará dificuldade no decorrer do processo enunciado, atingindo níveis de realização impróprios para sua idade e ano escolar. Quando tal acontece, torna-se necessário e urgente a estimulação e o exercício de determinadas actividades no sentido de promover o desenvolvimento ou a evolução das competências supra-citadas. Caso contrário, a criança irá aprender sempre com erro.

Fonte: http://crescer.sapo.pt/crianca/educacao-e-pedagogia/criancas-com-dislexia-como-ajudar

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