É muito importante oferecer ao aluno um ambiente alfabetizador, povoado de escritos que façam sentido para ele. Cabe ao professor colocar a disposição da turma leituras variadas, revistas, cartazes, listas, livros, jogos entre outros, propiciando dessa forma, um contato cotidiano rico e significativo com a língua e a escrita.
A escola é um espaço privilegiado de vida e aprendizagem que deve criar condições para que o aluno realize atividades que envolvam a criatividade e, ao mesmo tempo, que empregue estratégias de ensino-aprendizagem que promovam o desenvolvimento de seu processo de alfabetização.
A criança para PIAGET (1975), constrói a sua personalidade a partir de seu desenvolvimento social, através das relações que troca com o meio em que vive. Desta forma o professor deve aproveitar qualquer situação possível para desenvolver um trabalho de qualidade, dando à criança a liberdade de acertar ou errar, só assim ela se desenvolverá integralmente, cognitivamente, afetivamente e socialmente. É preciso que a criança crie, invente e imagine, cabe então ao professor, criar condições favoráveis para que esse objetivo seja alcançado.
Uma das dificuldades para a realização de um planejamento que promova uma alfabetização realmente significativa é o acesso a diferentes tipos de impressos produzidos pela sociedade. Muitas crianças chegam à escola sem ter tido oportunidade de conviver e se familiarizar com a grande variedade de gêneros textuais, o que provoca, um desconhecimento sobre as diferentes formas de comunicação que os textos escritos proporcionam. E é na escola, que muitas vezes, torna possível o acesso aos diversos gêneros textuais, principalmente nas comunidades onde não há uma biblioteca pública próxima.
FERREIRA (2002) salienta que as atividades programadas na Alfabetização não devem, pois perder de vista as necessidades e os interesses das crianças, sempre ávidas para explorar, experimentar, colecionar, perguntar e aprender. Tendo isso em mente, é papel do alfabetizador, estimular a criança para que desenvolva continuamente sua capacidade de representação, muitíssimo necessário para sua inserção, sem desconsiderar as necessidades e os interesses das crianças.
Segundo ROGERS (1972) “educação é um processo de relacionamento interpessoal”, sem o qual não ocorre a formação adequada dos alunos, nem se desenvolve o seu potencial cognitivo e afetivo. É o que também destaca Levy S. Vygotsky:
“... O ser humano cresce em um ambiente social e a interação com as pessoas é fundamental para o seu desenvolvimento.”
A organização das aulas na Alfabetização, torna possível aos alunos vivenciar diferentes situações de aprendizagem, onde o convívio social, fundamental para seu desenvolvimento, ocorre de forma dinâmica e organizada.
Segundo SARAIVA (2001), é papel da escola alfabetizar, formar indivíduos que convivam com a leitura, obtendo dela conhecimento e prazer, e oportunizar aos alunos o desenvolvimento de uma atitude crítico-reflexiva diante dos textos. Com isso, a escola pode ajudar a compor modos de ler que produzam prazer e conhecimento. Uma leitura que não se limita à decodificação é instrumento de autocompreensão e estabelecimento de ricas relações interpessoais, acrescenta o autor.
Ao organizar atividades que favoreçam a aquisição da leitura e da escrita, o alfabetizador deve buscar conhecimentos teóricos nos estudos de Emília Ferreiro e Ana Teberosky em “Psicogênese da Língua Escrita”, para que possa compreender que saber ler não é apenas conhecer o sistema alfabético da língua escrita, mas é também saber ler de forma critica, reconhecendo diferentes tipos de textos.
O professor envolvido no processo de aquisição da língua escrita precisa construir um ambiente alfabetizador, isto significa possibilitar ao aluno o contato com a diversidade de textos presentes no dia-a-dia e utilizar a escrita de maneira crítica e ativa na alfabetização.
O desenvolvimento infantil é um processo que depende do que cada criança é, de suas experiências anteriores, do ambiente em que vive e de suas relações com esse ambiente.
O processo de alfabetização ocorre de forma diferente em cada criança, sendo assim é possível estabelecer alguns princípios gerais que orientam a metodologia a ser adotada para a execução das atividades:
1º. As atividades devem ser centradas nos interesses das crianças e organizadas de modo a respeitar as condições de realização de cada uma delas.
2º. As atividades, sempre que possível, serão interdisciplinares e atenderão a todos os objetivos previstos pelo alfabetizador.
3º. Os jogos e brincadeiras farão parte das atividades diárias, podendo ser indicadas pelo professor ou escolhidas pelos alunos.
4º. As atividades em grupo devem ser priorizadas. A interação com o outro (colega/professor) é um dos maiores suportes para a aprendizagem.
5º. As atividades de auto-expressão estarão presentes durante todo o processo de alfabetização. A expressão oral, plástica e corporal – das emoções e do pensamento – tem fundamental importância para o desenvolvimento das crianças.
6º. A solução de problemas. O aprendizado nas classes de alfabetização deve ser um constante desafio à criatividade, à imaginação e ao raciocínio das crianças. Todas as atividades apesar de anteriormente planejadas pelo educador devem ser replanejadas, organizadas e executadas pelas próprias crianças, que descobrirão como fazê-las da melhor maneira possível.
7º. O alcance da autonomia. As crianças precisam ter oportunidades de fazer suas escolhas, de se responsabilizarem por suas tarefas, de exercerem, em fim, sua independência, assumindo conscientemente seus direitos e deveres.
Em todo processo de alfabetização, deve-se cuidar para que todas as atividades de leitura e escrita propostas aos alunos apareçam contextualizadas e associadas a uma significação, isto é, ligadas a aspectos da vida das crianças ou às atividades que realizam em sala de aula ou em casa.
Atividades Propostas:
• Jogos e atividades variadas com alfabeto móvel e sílabas móveis;
• Caça-palavras;
• Caça-palavras;
• Cruzadinhas;
• Jogos da memória;
• Leitura e interpretação oral de diferentes textos, poesias, músicas, parlenda;
• Montagem e escrita de pequenas estruturas lingüísticas;
• Adivinhações, trava-línguas, quadrinhas, anedotas;
• Relatório oral e escrito de experiências vivenciadas;
• Histórias mudas;
• Leitura de livrinhos de literatura (em grupo ou individual)
• Jogos e atividades orais que permitam a criança a brincar e recriar com a linguagem (rimas);
• Trabalhos manuais – recortes, dobraduras, pinturas, encaixes – propiciam às crianças novas formas de expressão e o uso, em sua linguagem, de novas palavras;
• Transcrição de receitas, brincadeiras, piadas;
• Recorte de figuras ou palavras para montagem de álbuns ou dicionários;
• Localizar palavras num texto, copiá-las separando suas sílabas num diagrama.
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